Essa é a lenda que conta a história
de Cobra Norato, muito conhecida dentro do folclore amazônico. Ela
conta que uma mulher chamada Zelina deu a luz a um casal de gêmeos, filhos
de Boiuna. Ao menino chamou Honorato e à menina chamou Maria. Porém, como
os dois nasceram com aparência de cobra, sua mãe decidiu que seria melhor
entregá-los ao rio
Com o tempo, as pessoas passaram a
chamá-los de Cobra Norato e Maria Caninana, que era considerada
como um demônio, por conta de vários atos de maldade, inclusive derrubando
muitos barcos. Por conta disso, seu irmão acabou a matando depois de uma luta
violenta entre eles. Norato, por sua vez, era bom e gentil, salvando muitas
pessoas do afogamento. Quando a noite chegava, ele saía da água e desencantava
com a luz da lua, ganhando corpo de homem e deixando seu corpo de cobra às
margens do rio. Feito isso, ia até festas para dançar, ver as moças e conversar
com outros rapazes
Aproveitava também para visitar sua mãe e dormir em sua
casa algumas noites, sempre pedindo a ela que o ajudasse a desfazer o encanto
de forma definitiva. Para isso, ela teria que ir até o seu corpo de cobra nas
margens do rio, enquanto dormia, e depois de colocar 3 gotas de leite materno
em sua boca, desse uma cutilada de ferro nela, pois assim 3 gotas de sangue
sairiam e ele estaria liberto. Mas sempre que chegava perto do monstruoso
corpo, ela perdia a coragem e voltava para casa. Ele tentava também pedir o
mesmo para outras pessoas. mas todos tinham a mesma reação de sua mãe. Por
isso, não podia quebrar o encantamento
Mas um dia, depois de nadar pelo
Tocantins, durante uma festa noturno, conheceu e ficou amigo de um soldado, que
não pensou duas vezes para aceitar o pedido e assim fez conforme o pedido,
aproveitando também para queimar aquele terrível corpo gigante de cobra. Dessa
forma, Norato se libertou do encantamento e viveu para o resto da vida na
região do Pará, sendo querido por todos a sua volta



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